quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Estudar no exterior amadurece

Saiba como conquistar uma boa nota na seção de listening do IELTS



A etapa apresenta quatro áudios que desafiam o estudante a entender o inglês falado em diferentes contextos e com sotaques variados

O International English Language Testing System (IELTS) é o exame de proficiência em inglês mais popular no mundo. É aplicado em 140 países e aceito por mais de 9.000 organizações, incluindo universidades, instituições governamentais e agências de emprego.

O exame avalia as habilidades dos candidatos em quatro áreas: listening, reading, writing e speaking, e sua nota vai de 0 a 9. Neste texto, você vai entender o que é preciso para conquistar uma boa nota na seção de listening. A etapa é dividida em 4 áudios, que variam entre diálogos e monólogos e abordam temas do dia-a-dia e do ambiente acadêmico. “Diferentemente do TOEFL, que apresenta assuntos específicos e exige conhecimentos avançados, como sobre química ou biológica, o listening do IELTS inclui temas mais corriqueiros e abrangentes”, diz Ana Virginia Kesselring, professora de idiomas e especialista na preparação de candidatos para testes internacionais.

A seção de listening dura 40 minutos: 30 minutos para que o aluno ouça as gravações e 10 minutos para que passe as respostas a limpo. Ao todo, essa etapa tem 40 questões que valem um ponto cada.

Divisão da seção de listening
Seção 1  – Você ouvirá uma conversa entre duas pessoas em um contexto do dia-a-dia, como em uma agência de acomodação estudantil, por exemplo.
Trecho de um exemplo:
A: Good morning Packham’s Shipping Agents. Can I help you?
B: Oh yes, I’m ringing to make enquiries about sending a large box, a container, back home to Kenya from the UK.

Seção 2 – O áudio será um monólogo sobre algum tema do dia-a-dia, como uma palestra sobre o que determinada cidade oferece ao turista.
Trecho de um exemplo:
Good evening, and welcome to the British Council. My name is John Parker and I’ve been asked to talk to you briefly about certain aspects of life in the UK before you actually go there. So I’m going to talk first about the best ways of making social contacts here.

Seção 3 – Você ouvirá uma conversa entre até 4 pessoas em um contexto educativo ou profissional, como um diálogo entre um professor e um estudante ou uma conversa entre um grupo de alunos sobre um projeto.
Trecho de um exemplo:
A: The other thing I wanted to ask you was, did you find it hard, studying with the Open University?
B: Well it took me a while to get used to it. I found I needed to maintain a high level of motivation, because it’s so different from school. There’s no-one saying, ‘Why haven’t you written your assignment yet?’ and that sort of thing. 

Seção 4 – Você ouvirá um monólogo sobre algum tema acadêmico, como uma aula em uma universidade, por exemplo.
Exemplo de trecho:
Today, I’m going to be talking about time. Specifically I’ll be looking at how people think about time, and how these time perspectives structure our lives. According to social psychologists, there are six ways of thinking about time, which are called personal time zones. 
Exemplos retirados dos sites do IELTS e do British Council.

Os tipos de questão
Há diferentes tipos de questão nessa etapa do IELTS. Algumas avaliam se o aluno entendeu a ideia geral do que está sendo falado enquanto outras pedem informações ou palavras específicas. Elas podem aparecer da seguinte forma:

 1. Múltipla escolha;
2. Completar informações em um formulário;
3. Completar palavras em uma frase;
4. Respostas curtas, com limite no número de palavras;
5. Combinar duas informações correspondentes;
Completar informações presentes em um gráfico ou diagrama.
Como conquistar uma boa nota nessa etapa?
1. Escreva as suas respostas a lápis conforme escuta às gravações e utilize os 10 minutos finais para passar as respostas a limpo.
2. Preste atenção na introdução de cada áudio, pois ela fornece informações importantes, como quem são os interlocutores, em que contexto estão ou sobre o que vão conversar.
3. Leia com cuidado o enunciado das perguntas. Algumas questões, por exemplo, limitam a quantidade de palavras que devem estar presentes na resposta. Não exceda esse limite.
4. Não entre em pânico caso tenha perdido alguma resposta. Continue atento ao áudio e às perguntas seguintes.
Lembre-se:
1. Você só ouvirá cada gravação uma única vez.
2. Haverá tempo para ler o enunciado antes das gravações.


terça-feira, 3 de novembro de 2015

O ensino médio brasileiro e a faculdade




Ensino médio tem que fazer sentido para o jovem, diz presidente do Consed.






Exclusiva: Especialmente em Parauapebas, as autoridades precisam assumir o enorme problema do ensino médio local. Com tantos recursos nossa juventude ficar sem aulas, escolas ou professores. Precisamos mobilizar para mudar a situação.











cena de protesto de alunos em Parauapebas, onde praticamente nao existe ensino medio.


Mariana Tokarnia - Enviada Especial da Agência Brasil*
O ensino médio é considerado um dos grandes gargalos da educação brasileira. A etapa, que tem três anos de duração, concentra altos índices de evasão escolar e baixo desempenho nas avaliações nacionais. Neste final de semana, o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) reuniu-se, em Manaus, para debater mudanças.

O presidente do Consed, Eduardo Deschamps, que é secretário de Educação de Santa Catarina, conversou com a Agência Brasil. Segundo ele, um dos problemas é que os alunos são preparados para o ensino superior, mesmo que a maioria nunca ingresse em uma universidade. Ele defende menos conteúdo obrigatório no ensino médio e mais tempo para que o aluno escolha o que quer aprender. Com isso, o próprio Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deve ser reformulado.

Ele aposta na Base Nacional Comum Curricular, que está em fase de consulta pública, para a definição do conteúdo básico a ser aprendido. As novas tecnologias também devem ajudar no ensino. "Vai ter uma grande revolução por conta do smartphone", diz.
Leia abaixo os principais trechos da entrevista.

Agência Brasil: No que é preciso focar para de fato transformar o ensino médio?
Saiba Mais
Eduardo Deschamps: O ensino médio no Brasil é tratado quase como uma etapa de passagem do ensino básico para a universidade, a gente tem praticamente um currículo único no Brasil que é ditado hoje pelo Enem. Quando olhamos os dados estatísticos, você vê que menos de 30% dos jovens entre 18 e 24 anos estão na universidade. Significa dizer que mais de 70% não vão seguir esse caminho. O Brasil precisa alinhar o ensino médio com o que é feito no mundo. O mundo não tem um [currículo] padrão. Por isso que a gente fala muito da flexibilização, da diversificação do ensino médio, permitindo percursos formativos diferentes. Tem que fazer mais sentido para o jovem.

Agência Brasil: As redes de ensino hoje têm condição de oferecer aos jovens essa diversificação?

Deschamps: Acho que tem que ter um processo de adaptação das redes, quer sob o ponto de vista administrativo, quer sob o ponto de vista de formação dos professores. Mas essa adaptação só vai acontecer quando a gente tiver o conceito de ensino médio que a gente quer preparar. Há várias maneiras que o ensino médio é tratado no mundo. Tem modelos que estão sendo focados na educação profissional, já com uma integração, inclusive com o sistema de trabalho, têm sistemas que vocacionam escolas, com escolas muito boas na área de artes, ou na área de educação profissional, têm sistemas que permitem vários percursos dentro de uma mesma escola. Há experiências de todos os tipos no Brasil nas redes estaduais, mas essas experiências são muito fragmentadas e pequenas.
 
Parauapebas, sudeste do Para. Rica e sem ensino medio.
Agência Brasil: De que forma a tecnologia deve ser usada no ensino médio?
Deschamps: Estávamos discutindo com o governo federal a questão da conectividade. Eles diziam: "Digam o que vocês querem que a gente leva a banda larga de acordo com a demanda que vocês têm". Não é assim que vai funcionar. Eu falei o contrário: "Entregue a melhor banda larga que puder entregar na porta da escola que a escola vai se organizar para isso". Vai ter uma grande revolução por conta do smartphone. A maioria dos alunos já tem alguma conectividade de rede, mesmo que seja um pacote barato no smartphone mesmo em áreas de vulnerabilidade social maior. A partir daí, você começa a mudar a lógica de que é necessariamente a escola que deve entregar o equipamento para o aluno. A escola deve se preparar para o equipamento que o aluno tem e pensar de que maneira vai utilizar isso na sala de aula.

Agência Brasil: E que espaço tem o Enem nessa conjuntura?
Deschamps: Tem muita gente tratando o Enem de maneira diferente, para vários objetivos. Eu acho isso muito preocupante. Utiliza-se o Enem para ingresso no ensino superior, para avaliação da escola - quando se começa a divulgar o Enem por escola - e para certificação de alunos que eventualmente não tenham terminado o ensino médio. Coloca-se no Enem uma carga que eu não sei se a prova está preparada para isso. Eu acho que o Enem precisa de reformulação, não da mais para tratar o Enem da forma que vem sendo tratado e para os fins que é utilizado. Nesse aspecto, fortalecer muito a Base Nacional Comum Curricular e trabalhar com um projeto de lei do ensino médio na lógica da flexibilização, certamente vai levar a mudanças do Enem também.


* A repórter viajou a convite do Consed
Edição: Carolina Pimentel