sábado, 23 de março de 2019

Manutenção de vida!


MANUTENÇÃO HOSPITALAR
O que há de mais moderno, agora em Parauapebas












A Vestatech está presente nas instalações do Hospital Municipal, mantendo a vida. A manutenção dos aparelhos e equipamentos de suporte a vida instalados em Parauapebas valem milhões e salvam milhares de vida.

- Uma vez precisei de uma radiografia, havido levado um tiro na cintura e precisavam da radiografia imediatamente antes de qualquer procedimento. Não foi possível, porque, com toda a dor, ao chegarmos na sala apropriada o equipamento estava quebrado. Tive que ir a Maraba para fazer, haja visto que naquele tempo não tinha como fazer radiografia da cintura e coxa em outro local, além do hospital público local, nos conta o Sr. Pedro Antão, morador antigo de Parauapebas.



A contratação da VESTATECH elimina de vez esse tipo de tragédia. Profissionais com larga experiência, técnicos e engenheiros que inclusive já atenderam o Hospital ALBERT EINSTEIN, VALE, dentre outras, estão residentes em Parauapebas para manter o Hospital em funcionamento perene.

E a todas as cidades da região e Estado, não deixem seus equipamentos parados por falta de assistência, a VESTATECH pode enviar seu técnico e providenciar um orçamento. Toda a rede pública e particular conta com esse apoio local.

terça-feira, 19 de março de 2019

Falta de saneamento


Falta saneamento básico para 2 bilhões de pessoas no mundo, diz ONU
Publicado em 18/03/2019 - 21:18
Por Heloisa Cristaldo - Repórter da Agência Brasil Brasília


Saneamento básico em Maceió

Mais de 2 bilhões de pessoas carecem de serviços básicos de saneamento básico no mundo, diz relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o desenvolvimento mundial da água, A publicação Não Deixar Ninguém Para Trásserá lançada nesta terça-feira (19) durante a 40ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, na Suíça.

De acordo com o relatório, apesar do progresso nos últimos 15 anos, o direito à água potável segura e limpa e ao saneamento é inacessível para grande parte da população mundial. Em 2015, três em cada 10 pessoas (2,1 bilhões) não tinham acesso a água potável e 4,5 bilhões de pessoas, ou seis em 10, não tinham instalações de saneamento com segurança. 
“Se a degradação do meio ambiente e a pressão insustentável sobre os recursos hídricos globais continuarem no ritmo atual, 45% do Produto Interno Bruto global e 40% da produção global de grãos estarão em risco até 2050. Populações pobres e marginalizadas serão afetadas de forma desproporcional, agravando ainda mais as desigualdades”, ressalta o presidente da ONU-Água e presidente do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola, Gilbert F. Houngbo.

Segundo Houngbo, o documento aponta a necessidade de adaptar abordagens, tanto na política quanto na prática, para abordar as causas da exclusão e da desigualdade.
Cenário global
O relatório informa que metade das pessoas que bebem água de fontes não seguras vivem na África. Na África Subsaariana, apenas 24% da população têm acesso a água potável e 28% têm instalações de saneamento básico que não são compartilhadas com outras famílias.
Quase metade das pessoas que bebem água de fontes desprotegidas vivem na África Subsaariana, onde o ônus da coleta recai principalmente sobre mulheres e meninas, muitas das quais gastam mais de 30 minutos em cada viagem para buscar água. Sem água e saneamento seguro e acessível, essas pessoas provavelmente enfrentarão condições de saúde e de vida precárias, desnutrição e falta de oportunidades de educação e emprego.
As discrepâncias são significativas mesmo dentro dos países, especialmente entre os ricos e os pobres. Nas áreas urbanas, pessoas que vivem em acomodações improvisadas sem água corrente podem pagar de 10 a 20 vezes mais caro que moradores de bairros mais ricos por água de qualidade semelhante ou menor comprada de vendedores ou caminhões-tanque.
“Há muitas disparidades principalmente entre países, mas muitas vezes dentro dos próprios países. Este é um discurso que tem a ver com os países menos desenvolvidos, mas, em alguns casos, também com países desenvolvidos. Então, a mensagem central do relatório é que bilhões de pessoas ainda estão sendo deixadas para trás”, afirmou o oficial de Meio Ambiente da Unesco no Brasil, Massimiliano Lombardo.
O documento também ressalta o impacto dessas condições na vida dos refugiados pelo mundo. Em 2017, conflitos e perseguição forçaram 68,5 milhões de pessoas a fugir de suas casas. Além disso, uma média anual de 25,3 milhões de pessoas foi forçada a migrar por causa de desastres naturais, duas vezes mais do que no início dos anos 70 - um número que deve aumentar ainda mais devido às mudanças climáticas.
“Existem cada vez mais refugiados em decorrência dos desastres ambientais e 90% dos desastres como inundações ou secas são causados pela água – pelo excesso ou pela falta. Isso determina a causa de uma série de imigrações de um país para outro ou de uma região para outra dentro do próprio país. Então, mais pessoas se acumulando em um mesmo lugar onde há disponibilidade de água acaba pondo em risco a capacidade do Estado, da autoridade daquele país, conseguir providenciar água e saneamento para todos nas mesmas condições”, afirmou lombardo.
Segundo Lombardo, apesar de não haver um recorte específico para o Brasil, o país tem avançado ao longo das últimas décadas. Ele aponta a Política Nacional de Recursos Hídricos como um avanço na legislação da água, bem como o sistema de gestão público do recurso. 
“Existe a possibilidade da população, de diferentes usuários da água como produtores, usuários industriais e agrícolas poderem contribuir, participar da tomada de decisão a respeito de recursos hídricos. A situação atual do Brasil em relação à situação do mundo é diferente. Onde não existem políticas ou leis bem desenvolvidas, não existe um sistema de governança. No Brasil, ao contrário, já foram dados bons passos adiante nesse sentido”, ressaltou o representante da Unesco.
Perspectivas
Para as Nações Unidas, políticas mal planejadas e implementadas de maneira inadequada, uso ineficiente e inapropriado de recursos financeiros e ausência de políticas públicas alimentam a persistência de desigualdades no acesso à água potável e ao saneamento.

“Se a exclusão e a desigualdade não forem tratadas de forma explícita e responsiva, tanto em termos de políticas quanto na prática, as intervenções relacionadas à água continuarão a não alcançar os mais necessitados, que provavelmente seriam os maiores beneficiados”, enfatiza o relatório da ONU.

A publicação ressalta que as “metas são totalmente alcançáveis, desde que exista uma vontade coletiva para proceder assim”. “Melhorar a gestão dos recursos hídricos e fornecer a todos o acesso a água potável e saneamento seguros e acessíveis financeiramente são ações essenciais para erradicar a pobreza, construir sociedades pacíficas e prósperas, e garantir que ‘ninguém seja deixado para trás’ no caminho rumo ao desenvolvimento sustentável”. 
Edição: Nádia Franco

sábado, 9 de março de 2019

Lamentamos tantas mortes de mulheres

Brasileiras, entre a luta e resistência
Os movimentos feministas brasileiros se tornaram mais fortes, mas isso também desencadeou uma resposta. Em meio a uma onda conservadora, a batalha não é só por avanços, mas também para não ver retrocessos nas conquistas.




    
Além da violência, mulheres também sofrem com desigualdade econômica no Brasil
No final do Carnaval, como de costume, não faltam notícias assustadoras. Em São Paulo, uma mulher de 29 anos foi estrangulada pelo namorado; no Rio de Janeiro, uma grávida de 35 anos morreu após ser espancada pelo marido. É raro o dia em que não se escutam novos casos de violência contra as mulheres no Brasil.

A organização de direitos humanos Human Rights Watch já fala de uma verdadeira epidemia. Apenas em 2017, a ONG contabilizou 1.333 feminicídios, ou seja, a morte de uma mulher simplesmente por ser mulher.

"O número de assassinatos de mulheres segue em ascensão", diz Ana Carolina Querino, representante interina da ONU Mulheres Brasil. "E o Brasil continua sendo um dos países onde mais se matam mulheres no mundo." Segundo ela, particularmente afetadas são as mulheres negras, que já são estruturalmente desfavorecidas na sociedade brasileira – dois terços de todos os assassinatos recaem sobre elas.

Nos últimos anos, no entanto, o movimento de defesa dos direitos das mulheres conseguiu algumas vitórias. A Lei Maria da Penha contra a violência doméstica é vista como um passo importante para a proteção de mulheres ameaçadas, e a lei antifeminicídio, aprovada em 2015, aumentou o arsenal de defesa feminino.

"Com isso, a gente conseguiu um aumento grande da visibilidade, com a sociedade e a mídia dando mais atenção nestes casos", diz a advogada Leila Linhares Barsted, da ONG Cepia.

No entanto, quanto mais a mídia e os tribunais se ocupam da violência contra as mulheres, mais claras se tornam as estruturas subjacentes. "Há um padrão alto de machismo, de misoginia contra as mulheres, que expressa padrões de poder. E isso está acontecendo no momento em que as mulheres querem mais liberdade, querem trabalhar, estudar e não querem mais viver uma vida de violência", acrescenta a advogada.

De acordo com Barsted, os homens reagem com violência a essa emancipação. "Não podemos esquecer que houve, no Brasil, 300 anos de escravidão. E nesse tempo, os indivíduos masculinos se sentiram proprietários dos outros seres humanos, na vida e na morte", diz ela.

Barsted aponta que, até a nova Constituição entrar em vigor há 30 anos, as mulheres também eram legalmente subordinadas aos homens. Essa forma de pensamento ainda está profundamente enraizada na cultura brasileira.

Na campanha eleitoral para presidente no ano passado, forças progressistas e conservadoras entraram em colisão. Em vão, movimentos feministas se rebelaram contra o militar reformado Jair Messias Bolsonaro. Ele chamou atenção diversas vezes por seus ataques contra as mulheres. Em 2014, Bolsonaro afirmou na Câmara dos Deputados que uma colega parlamentar não merecia ser estuprada por que seria "muito feia".

Sob o slogan "Ele não", foram vistas as maiores manifestações feministas da história do Brasil. Mas elas não contiveram o político ultraconservador. Agora, o Brasil tem um presidente que impulsiona novamente as tendências machistas dentro da sociedade, afirma Tatiana Roque, do PSOL.

"A onda de violência tem sim a ver com a onda conservadora. A partir do momento em que autoridades legitimam o discurso misógino, homofóbico e preconceituoso, isso faz com que as pessoas se sintam liberadas e autorizadas a praticar feminicídio e outros crimes", completa.

Além da violência, as mulheres ainda sofrem com a desigualdade econômica. Segundo um estudo do IBGE de 2017, eles ganham em média apenas 77% dos salários dos homens. E somente 18% das empresas têm mulheres em cargos de presidência. "É preciso preparar as mulheres para a competitividade econômica", aponta Querino. "Empoderar economicamente as mulheres tem influência em todos os campos da vida, incluindo liderança e participação política, prevenção à violência machista."

O domínio masculino também se reflete no gabinete ministerial de Bolsonaro, que consiste principalmente de homens brancos. A ministra da Mulher, a pastora evangélica Damares Alves, defende posições ultraconservadoras. Até mesmo o endurecimento da lei do aborto é tratado como plausível.

Um exemplo do papel secundário feminino na política são os casos de candidatas "laranjas", recentemente descobertos no partido de Bolsonaro. Elas só foram convocadas para que a cota de 30% de candidaturas de mulheres, exigida por lei, fosse alcançada. Seus fundos de campanha fluíram secretamente para candidatos do sexo masculino.

Segundo Querino, só é possível falar de democracia quando as mulheres alcançarem suficiente participação no processo político, ou seja, ao menos 30% de todos os assentos parlamentares.

De qualquer forma, após as eleições de outubro do ano passado, a participação parlamentar feminina subiu de 10% para 15% no Congresso em Brasília. "Além disso, contamos com mais deputadas federais e estaduais negras, com a primeira deputada federal indígena e mais deputadas jovens também."

Tatiana Roque fez um balanço semelhante. "Os movimentos feministas se tornaram mais fortes, mas isso também desencadeou um backlash do patriarcado contra esses movimentos." Para a política do PSOL, isso seria paradoxal: "Piorou porque melhorou."
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