O investimento em educação liberta
Onde
vivemos, uma região com alta
empregabilidade, poderia se fazer mais por pessoas e organizações, quando o
assunto é treinamento. Em idos de 2003, percebemos um enorme espaço para esta
atividade, constituímos empresa e fomos atrás do que acreditávamos serem os
maiores interessados, as empresas e sindicatos. Qual não foi nossa surpresa ao
sermos repelidos por ambos: os trabalhadores locais não ficavam nas empresas,
forçavam suas saídas logo apos o período de experiência, portanto não era
econômico investirem em treinamento. Insistimos por dois anos, até percebermos
que os mais interessados eram os trabalhadores. Quando os comunicamos,
recebemos 500 consultas e 100
matriculas. Daí não parou mais, a certificação ISSO da VALE e empreiteiras
precisavam de pessoal qualificado e certificado. É a origem de tantas escolas e
cursinhos em Parauapebas. Mas somos PIONEIROS, bebemos na fonte do CIPMOI da
Escola de Engenharia da UFMG.
A
mentalidade da época, apenas 10 anos atrás, contrariava fortemente o que conhecíamos no sul, onde a mao de obra já era escassa. Pior, revelava
uma total cegueira frente ao crescimento da mina de ferro e dos setores
agregados. Sabíamos que, em breve, não disporíamos de mao de obra, em
quantidade suficiente para suprir a região e manter o ritmo de crescimento.
Naquele momento, apenas a Obra Kolping atuava aqui. Não havia SENAI, não havia
outras empresas de treinamento. Os exames admissionais eram novidade recente.
Quando
a VALE passou a exigir testes psicotécnicos, foi uma doideira: os peões era
estimulados, quando reprovados, a investirem contra os psicólogos, que vinham
de longe, de culturas completamente diferentes da regional. Foi uma época de
muito conflito, mas aos poucos tudo foi se acomodando e chegando a seu ponto de
equilíbrio. Então as empresas de medicina ocupacional, contrataram seus
psicólogos e uma atividade rica e independente se foi: havia em Parauapebas
vários consultórios, com diversos psicólogos trabalhando aparte do resultado do
exame médico. Gerava conflitos, as vezes o trabalhador passava no exame medico
e ficava no psicológico. Era o ideal, porque assim, as doenças psicológicas
tinham sua importância no contexto de Carajás e região. Nossa empresa tratou de
diversos problemas psicológicos, diagnosticados apartir dos testes psicotécnicos
e entrevista, que funcionava como uma
consulta. Mas o capital diz mais alto e então – VALE E EMPREITEIRAS, resolveram
que problemas e distúrbios psicológicos não contavam mais, poderiam ser
contratados pessoas com transtorno bipolar, síndrome de budeler, manias e
fobias diversas. Não representam perigo imediato e, mesmo sem tratamento
adequado, podiam subir a mina. Assim, no contexto do exame médico, a avaliação
psicológica perdeu terreno, os psicólogos foram embora e as clinicas medicas
passaram a faturar mais um exame. Acabou a função seletiva do teste
psicotécnico. Ele passou agora a acompanhar o resultado do exame médico.
Deve
ser investigado se as causas de tantos acidentes que ainda acontecem ma mina,
mesmo depois de tanto treinamento de segurança, se deve a transtornos
psicológicos e cuidar. Um bipolar, por exemplo, numa crise pode matar e
destruir patrimônio. Sem tratamento, esta pessoa esta em risco e colocando os
seus nele. Nossa opinião é que o teste psicotécnico reveja seu caráter de exame
serio e não se restrinja mais a uma mera entrevista com certeza de aprovação. E
que seja um exame independente, avaliativo e com possibilidade de medicação e
acompanhamento, e não apenas mais um exame de restrição.
Com
o advento da adoção dos REQUISITOS DE ATIVIDADES CRITICAS, o treinamento
profissional assumiu seu lugar de importância na seleção de trabalhadores profissionais.
Acontece que, a complexidade do treinamento, esbarrou na baixa escolaridade dos
trabalhadores da região. Logo se percebeu, assim como nos psicotécnicos que
algo ia muito mal na educação do trabalhadores – a educação formal, não apenas
a de segurança e profissional. Não estava mais ao alcance do predador, os
interessados teriam que correr atrás. Mas a quantidade de horas trabalhadas, as distancias percorridas diariamente, as
péssimas condições de moradia, tiram toda a energia do trabalhador, que acaba
não tendo espaço para estudos regulares, fora do tempo. Ainda não temos uma
saída para se resolver esta questão, na urgência que Carajás e seu em torno,
precisam de trabalhadores.
UM
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO ALTERNATIVO
Advogamos
a tese de aulas regulares pagas pelas empresas e sindicatos dentro do horário
da jornada de trabalho. Temos um convenio de SUPLETIVO DE PRIMEIRO E SEGUNDO
GRAUS, que resolvem este problema. O aluno tem x horas mensais para estudar,
não vai para a mina, fica em casa ou na escola estudando. Em 45 dias, faz as
provas supletivas, em 3 dias tem o resultado e em 10 dias recebe o certificado
de primeiro e segundo graus, ainda com melhor escrita e compreensão de texto e
fala. O preço é R$1.200,00 reais por aluno, pagos a vista. Um programa assim
resolveria esta questão da alfabetização e capacidade de interpretação aos
trabalhadores da mina de ferro. Ainda, temos o SUPLETIVO PROFISSIONALIZANTE, em
que o trabalhador tendo 5 anos de carteira assinada na área e segundo grau,
faz-se provas, cinco no total e recebe seu certificado da área: Técnico em Eletrotécnica, Técnico em Mecânica,
Técnico em Edificações e outros. São programas de governo que intermediamos e
que podem ser a solução para o suporte a qualificação das pessoas na região. Em
94, a própria VALE utilizou este recurso, contratando uma empresa do Rio, com
tutores que ficavam a disposição dos seus funcionários. Eu ajudei a aplicar as
provas supletivas.
Quanto
ao treinamento profissionalizante, hoje lançamos mãos de vídeos, textos, em
sala de aula, um treinando de cada vez, ou em casa, através do site e telefone.
O aluno, assim como os burgueses fazem hoje pela internet, estuda na hora que
quiser. Nos cursos que tem prática, ele tem que dedicar-se a ela. As empresas
aqui poderiam liberar estes trabalhadores para esta prática no horário
comercial, isto seria um estimulo a capacitação per si.
Quanto
as RACS, oferecemos à comunidade a criação de um banco de compensação, nos
moldes do sistema bancário, para evitar que o trabalhador se desgaste tanto em
sala de aula. Temos ferramentas e programas para gerenciar tanto os
certificados RAC como os EXAMES ADMISSIONAIS E DEMISSIONAIS. Imaginem a economia
de tempo e de recursos que o sistema obteria se lesse este blog ou nos ouvisse.
TEMOS SOLUÇÃO PARA SUA DEMANDA. SOMOS EXCLUSIVA. SOMOS ON DEMAND.