domingo, 24 de julho de 2016

Ainda o desemprego



Desemprego e dívidas devem impedir aceleração da inflação
Marcello Casal Jr/ABr 

 Desemprego: situação de parte dos brasileiros deve impedir que aumento de preços continue
André Ítalo Rocha, do Estadão Conteúdo


São Paulo -- O aumento do consumo no Brasil, que deverá vir quando a economia apresentar seus primeiros sinais de melhora, será insuficiente para interromper a trajetória de desaceleração da inflação. Segundo especialistas ouvidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, fatores que ainda comprometem a renda do brasileiro, como o desemprego e o endividamento devem retardar o avanço da demanda, impedindo os empresários de elevar os preços para recuperar prejuízos registrados durante a crise.

Desde que o dólar começou a se valorizar e a tarifa de energia elétrica ficou mais cara, em 2015, a indústria tem sofrido com o aumento dos custos de produção. O repasse ao preço, no entanto, esbarrou na queda da demanda dos consumidores. As empresas, como resultado, tiveram de reduzir seus lucros. Outras, em situação mais delicada, fecharam as portas ou fizeram pedidos de recuperação judicial. As que sobreviveram, agora, estão na expectativa de que a economia se recupere, para que possam correr atrás do tempo perdido e voltar a ter lucros mais confortáveis.

Se a recuperação se confirmar, as empresas poderão ficar tentadas a subir o preço ao primeiro sinal de melhora da demanda, mas, segundo economistas, enquanto a taxa de desemprego estiver alta, a demanda seguirá baixa. "Embora haja sinais de início de recuperação da economia, ela será muito tímida e não conseguirá reduzir o desemprego no curto prazo", afirma Thiago Curado, da 4E Consultoria. Na sua avaliação, a taxa de desocupação deve terminar 2016 com uma média de 12,1%, subindo para 13,6% no ano que vem. "Então, até 2018, será limitada a capacidade das empresas de repassarem maiores aumentos de preços", disse.

O economista André Braz, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), chama a atenção também para o baixo nível de poupança dos brasileiros, que ficou ainda menor após a crise econômica. "Estamos vivendo um período de 'despoupança' enorme", observou Braz. "As reservas que foram construídas estão sendo retiradas pelas pessoas que estão passando por esse período de turbulência, principalmente aqueles que perderam o emprego", afirmou o pesquisador do Ibre. Com a poupança comprometida, os brasileiros não teriam folga para voltar a consumir como antes.

Para ele, quando o mercado de trabalho melhorar, o primeiro passo do consumidor será pagar as dívidas em atraso, para só então recompor as reservas. "Não vai haver espaço para aquecimento abrupto da demanda, ela vai se aquecendo lentamente", prevê o economista. No primeiro semestre de 2016, a retirada líquida da poupança alcançou R$ 42,606 bilhões, o maior volume da série histórica do Banco Central (BC) iniciada em janeiro de 1995 (21 anos). Até então, a primeira metade de 2015 era a responsável pelo pior resultado, com um volume de saques R$ 38,542 bilhões superior ao de depósitos.

Embora não ofereça riscos para a inflação no curto prazo, a tentação das empresas em subir os preços deverá dificultar a tarefa do BC em levar a inflação para o centro da meta em 2017, de 4,5%, alerta o economista Marcel Caparoz, da RC Consultores. Para ele, já há uma dificuldade de alcançar o centro da meta em razão da inércia inflacionária que refletirá os reajustes aplicados este ano. A tentativa das empresas de recuperar margens de lucro, portanto, será um fator a mais. A expectativa da RC é de que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fique em 6% no ano que vem, depois de atingir 7,4% em 2016.

Na avaliação de Caparoz, os preços devem ser elevados principalmente pelos setores de serviços e comércio, que são compostos, em sua maior parte, por empresas pequenas e médias. Por serem de menor porte, diz o economista, sofrem mais com a crise e são mais sensíveis às relações de demanda e oferta. "Elas têm uma capacidade menor de diferenciar seus produtos pela qualidade, então, subir o preço torna-se a única saída para recuperar suas margens", afirmou. Empresas de maior porte, ele compara, podem apostar mais em aumento da qualidade e elevar suas vendas com base nisso.

domingo, 17 de julho de 2016

Não faça isso!



Associação de consumidores critica FGTS como garantia para crédito consignado
  • 16/07/2016 10h14
  • Brasília
Sabrina Craide – Repórter da Agência Brasil





 
A autorização para o uso do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) na contratação de empréstimo consignado pode complicar ainda mais a situação dos consumidores, principalmente os que já estão endividados, na avaliação da Proteste Associação de Consumidores. A lei que autoriza o trabalhador do setor privado a usar o FGTS como garantia de empréstimo consignado, publicada ontem (15), é considerada um retrocesso pela entidade.

Para a coordenadora institucional da Proteste, incentivar o endividamento para acelerar a economia não é a saída. "É uma armadilha, pois o FGTS é uma das únicas reservas financeiras dos trabalhadores para situações como desemprego", diz.

De acordo com a Lei nº 13.313, ao contratar o empréstimo o consignado, o trabalhador pode optar como garantia 10% do saldo do FGTS ou até 100% do valor da multa rescisória, no caso de dispensa sem justa causa. As taxas de juros médias do crédito consignado estão entre 25% e 30% ao ano no setor público e para os aposentados. No setor privado, as taxas estão em torno de 41%.

A Proteste alerta que crédito não pode ser considerado como renda, principalmente em um cenário de crise econômica com alto grau de incerteza, juros altos, desemprego em alta e renda em queda. “Dívidas têm de ser pagas e comprometem o orçamento mensal, afetando o poder de compra individual ou familiar. E sobe o risco de inadimplência, que já atinge 59 milhões de brasileiros”, informa a entidade.
Edição: Denise Griesinger

sábado, 2 de julho de 2016

Estudar fora é investimento



Quanto custa estudar nas melhores universidades do mundo?


 Saiba quais são os valores médios da anuidade para as 10 instituições mais bem avaliadas do mundo e informe-se sobre possibilidades de bolsas!




Para muitos estudantes que desejam estudar no exterior, uma das principais preocupações – além de atingir os critérios para serem aceitos – é o tamanho do investimento para estar nas universidades que escolheu.
As tuition fees – ou anuidades cobradas pelas instituições – dependem muito do país. Universidades britânicas, por exemplo, tendem a ter valores mais acessíveis que as americanas, enquanto outros países famosos pelo custo de vida alto, como a Suíça, oferecem educação pública e gratuita (ou a baixo custo) até mesmo para os estudantes internacionais.
Além disso, em alguns países os valores variam entre cursos – a área da tecnologia é mais cara que as ciências humanas nas universidades do Reino Unido, por exemplo. A maior parte das universidades americanas cobra um valor uniforme para todos as áreas.
Embora o custo de estudar no exterior não deva ser considerado um limitador – há diversas possibilidades de bolsas e financiamento disponíveis, e quem foi garante que vale a pena o investimento – estar informado sobre os valores cobrados pelas instituições mais desejadas do mundo pode ser um fator relevante na hora de tomar a decisão.
Confira, na tabela abaixo, quais são os custos para se estudar nas 10 instituições mais bem avaliadas pelo ranking 2016 da consultoria QS. (A tabela leva em consideração as tuitions cobradas de estudantes internacionais em seus cursos de engenharia, para fator de padronização).