AS CRISES DO TERCEIRO SETOR
As
entidades do terceiro setor funcionam como qualquer outra atividade que envolve
pessoas e dinheiro. Seus presidentes ou diretores deveriam se comportar de
forma colegiada, mas na grande maioria das vezes – como conseguem tudo
sozinhos, passam a gerenciar as entidades como algo seus – como o cotidiano do
polo moveleiro e de tantos outros grupos da área social.
Lamentamos
quando companheiros se voltam contra companheiros. No mercado comercial é assim
mesmo, mas no terceiro setor, a solidariedade é a regra central e se torna
terrível ver pessoas idôneas mentindo para justificar o assalto que fazem aos
recursos de todos colocados à disposição.
Conseguir
tudo sozinho não justifica as mentiras. Fica claro que esse importante setor da
economia precisa de regras claras e de investigação e punição aos que saem da
linha.
Com
os recursos orçamentários – as emendas parlamentares, colocadas à disposição
para as entidades – até mesmo as entidades de fachadas, algumas foram
contempladas até sem diretoria ou estatuto, fica patente outro perigo: a
lavagem de dinheiro para a corrupção, num grau mais refinado de se usar mal
recursos públicos.
Comenta-se
que houve vereador que destinou milhões a uma entidade apenas, vimos caso de
entidade contemplada com CNPJ suspenso pela receita federal.
Parauapebas
é a capital nacional do terceiro setor. Os órgãos de controle devem e precisam
acordar para essa realidade.
Comenta-se
que há funcionários dentro da estrutura da prefeitura municipal orientando
entidades para um certo escritório, um funcionário que analisa convênios do
terceiro setor. Isso é grave e perigoso, porque apenas na diversidade e na
livre concorrência é possível frear um pouco a ambição descabida de alguns.
Vivenciamos
o caso de uma entidade que foram levantadas dificuldades para a realização de
um convenio às pressas e que tudo foi resolvido por esse grupo de pessoas,
deixando quem realmente trabalhou por anos com a entidade sem receber uma
centavo por seus serviços, beneficiando um pequeno grupo de espertos. Desse
jeito não há controle sobre essas entidades, se tudo poder ser resolvido assim,
no conluio.
Parauapebas
é a pátria dos grupos.
Mas
o terceiro setor é algo sério e definitivo. Os governos devem e podem usar mais
essa capilar forma de investir e obter resultados. Há bons e espetaculares
feitos aqui mesmo. Seguimos em frente.
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