Estatística aplicada
à neurociência
João Ricardo Sato utiliza ferramentas
matemáticas, estatísticas e computacionais para estudar o funcionamento do
cérebro.
Paulo: Uma das possíveis
saídas para a mudança das matrizes de produção local seria a atração de grandes escolas\centro de
pesquisa para se estabelecerem na região, atraindo mentes e alternativas para o
estudo, compreensão e analise da floresta e seus recursos renováveis.
ED. 234 | AGOSTO 2015
O
estatístico e neurocientista João Ricardo Sato, de 34 anos, desde criança
gostava de ciências, principalmente física, biologia e computação. A
proximidade com a área de exatas ocorreu naturalmente, já que sua mãe é
professora no Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais na
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP). A aptidão para a
área ficou mais patente durante o ensino médio, o que o levou a prestar
vestibular para o bacharelado em Estatística no Instituto de Matemática e
Estatística (IME) da USP. A escolha teve como motivação o seu desejo de
trabalhar no mercado financeiro. “Desde o primeiro ano da faculdade comecei a
fazer iniciação científica nessa área e procurei um especialista em séries
temporais, o professor Pedro Alberto Morettin”, relata.
As
séries temporais envolvem o estudo de observações feitas sequencialmente ao longo
do tempo, com aplicações em vários setores. “Gostei tanto do tema que fiz três
projetos de iniciação científica nessa área e realizei meu estágio no mercado
financeiro.” Após terminar a faculdade em 2002, trabalhou no ramo de
investimentos e ações, época em que começou a cursar o mestrado no IME.
Nesse período ele conheceu Daniel Takahashi, médico
formado que estava cursando uma segunda graduação em matemática. “Nas nossas
conversas de café, ele me mostrou que métodos de séries temporais e estatística
poderiam ser aplicados à área médica, não somente em epidemiologia, mas também
em neurociências, para entender melhor o cérebro”, conta. “Decidi que era isso
o que queria fazer, aplicar e desenvolver métodos quantitativos para entender
melhor como o cérebro funciona em uma pesquisa interdisciplinar”, explica Sato.
Começou o doutorado em 2004 com um projeto voltado para o desenvolvimento de métodos
estatísticos e neuroimagem para responder a questões sobre a conectividade cerebral.
Em 2006 fez doutorado-sanduíche no Instituto de Psiquiatria do King’s College, de Londres, na área de aprendizado de
máquinas, e em 2009 passou em concurso para o Centro de Matemática, Computação
e Cognição da Universidade Federal do ABC (UFABC). “A minha contratação e de
outros cinco docentes deu início às atividades do Núcleo de Cognição e Sistemas
Complexos, unidade vinculada à reitoria”, diz Sato. “O grupo conta atualmente
com 30 docentes associados e incubou o primeiro bacharelado em neurociência do
Brasil e também o programa de pós-graduação em neurociência e cognição da
universidade.” Entre 2009 e 2014, Sato foi coordenador da equipe desse núcleo,
que hoje abriga a infraestrutura laboratorial em neurociências e promove atividades
de pesquisa, ensino e extensão na área. Atualmente, seu foco de pesquisa se
concentra no estudo do neurodesenvolvimento, envelhecimento e bases neurais dos
transtornos mentais.
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