domingo, 25 de dezembro de 2016

Aguenta Parauapebas!



Ministro convoca iniciativa privada para ajudar a promover crescimento do Brasil
Reuters
17/12/201616h59

Exclusiva: esse acontecimento é nefasto para Parauapebas. Há anos alertamos a cidade dos zumbis, ninguém prestou atenção e o dia chegou. Se você tem um carro novo e um velho, qual vai usar mais? Qual te dará menor custo e mais vantagens? Ainda não estamos preparados para sairmos das asas da Vale e temos que buscar novas parcerias com ela para sobrevivermos. E claro, tirar ideias do papel, buscar novas matrizes, repaginar nossa historia...












CANAÃ DOS CARAJÁS (PA) (Reuters) - O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, reconheceu neste sábado as dificuldades do governo, em meio a uma crise política, e convocou a iniciativa privada para ajudar a construir um novo momento. 

O ministro fez as declarações durante a inauguração do maior projeto de minério de ferro da história da Vale, a mina S11D, na Serra Sul de Carajás (PA). "Esse projeto (da Vale) é uma aposta e a reafirmação da confiança que o Brasil vai voltar a crescer, precisamos de grandes empresas como a Vale, o Bradesco e a Mitsui para continuar nos liderando em momentos de dificuldade e apontar o rumo", disse Coelho Filho, citando os acionistas da Vale, presentes na cerimônia, durante discurso na inauguração da mina. A cerimônia, que teve cerca de 400 convidados entre funcionários, autoridades e imprensa, durou menos de 50 minutos debaixo de uma chuva que impediu a chegada do presidente da República, Michel Temer.

O presidente enviou mensagens de lamento por não poder ter participado, por meio do ministro, um dia após pesquisa CNI/Ibope ter apontado que apenas 13 por cento da população avalia seu governo como ótimo ou bom. 

Representando Temer, o ministro afirmou que é obrigação de qualquer um que esteja no cargo de ministro de Minas e Energia estar ao lado da Vale, principalmente depois de ela ter deixado de ser estatal. 

http://t.dynad.net/pc/?dc=5550001892;ord=1482557507436https://t.dynad.net/pc/?dc=5550001580;ord=1482557526785"(A Vale) tocou a pauta da mineração do Brasil, muitas vezes sozinha, não tendo do governo federal o apoio necessário para poder funcionar essa indústria nesse país", disse Coelho Filho. 

O ministro reconheceu que o Brasil vive momentos difíceis, sem entrar em detalhes, mas ponderou que são extremamente necessários para construir um novo Brasil. "Passamos por momentos de muitas dificuldades, mas 2017 será sim melhor que o ano de 2016... Quero aqui dar uma missão não só para a Vale, mas para muitas outras empresas que queiram explorar as riquezas naturais do nosso país", completou. 

COMPLEXO S11D
O presidente da Vale, Murilo Ferreira, afirmou em seu discurso que o projeto foi inaugurado mesmo diante de um cenário de incertezas no mercado de minério de ferro, que sofreu com a volatilidade de preços nos últimos anos. 

Batizado de Complexo S11D Eliezer Batista, em homenagem ao seu ex-presidente, a nova menina dos olhos da Vale, maior produtora de minério de ferro do mundo, vai acrescentar 75 milhões de toneladas de minério de produção ao seu Sistema Norte, até 2020. 

Com a inauguração, um marco da história da mineração, a empresa encerra um ciclo de grandes investimentos e também terá uma grande carta na manga para reduzir custos para fazer frente as suas principais rivais. 

"Apesar da perda impressionante da receita no período de implantação do projeto... levamos à frente o S11D... Em 2011, quando tomamos a decisão de levar à frente o S11D, a tonelada de minério chegou a atingir 191 dólares. Em janeiro deste ano chegou a 37 dólares, uma perda de 80 por cento de nossa receita", disse o presidente, que discursou durante oito minutos. 

A imprensa, convidada pela mineradora para conhecer o projeto pronto e acompanhar o evento, não teve acesso ao presidente ou aos diretores. 

Desde o rompimento da barragem de sua joint venture com a anglo-holandesa BHP Billiton, a Samarco, há pouco mais de um ano, o executivo tem evitado a imprensa e há três trimestres suspendeu a conversa com jornalistas sobre os resultados financeiros da empresa. 

Os principais acionistas privados da Vale estavam no palco representados pelo presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, pelo CEO mundial da Mitsui, Tatsuo Yasunaga e pelo presidente da Previ, Gueitiro Genso, apresentando um apoio importante às vésperas do fim do mandato de Ferreira. 

Também convidado do evento, o geólogo conhecido por ter descoberto a mina S11D, o ex-funcionário da Vale Breno Augusto dos Santos, afirmou a jornalistas antes da cerimônia acreditar que a Serra Sul de Carajás tem potencial para produzir por mais um século.
"A Vale vai começar na Serra Sul, no corpo D, isso significa que tem o A, o B e o C... A maior reserva de Carajas é a Serra Sul, a Vale está começando na pontinha dela aqui. Então só na Serra Sul a Vale tem produção para mais um século e ela está em uma posição agora bem conservadora", afirmou Santos. 

O S11D, que tem vida comercial estimada de 30 anos, entra em operação comercial em janeiro. 

Após o beneficiamento, para que a commodity chegue aos clientes, em grande parte siderúrgicas asiáticas, o minério de ferro do S11D é transportado por ferrovia até o Terminal Marítimo de Ponta da Madeira (TMPM), em São Luís (MA). O complexo, segundo a Vale, contou com investimentos totais de 14,3 bilhões de dólares, incluindo a implantação da mina e usina de beneficiamento e à construção de um ramal ferroviário de 101 quilômetros, à expansão da Estrada de Ferro Carajás (EFC) e à ampliação do terminal portuário.
(Por Marta Nogueira)

sábado, 3 de dezembro de 2016

Comida é cultura



SUSHI COM MANIÇOBA





 

  


Quando acho que já vi tudo me aparece mais essa louvável tentativa: vender sushis, sashimis, temakis e comida asiática, num ambiente de selva. Com o calorão e o preço da energia elétrica nesse mato sujo chamado Parauapebas. E ainda mais no internacional, Partage Shopping. É muita cafonice. E ainda oferecem 100 gramas por R$6,48. Parece piada. Como esse pessoal, vendendo comida japonesa, a cara e complicada comida japonesa, complicada mais pela logística e pela exigência da própria cozinha, de alimentos frescos e diários, querem ganhar dinheiro numa cidade em que as pessoas comem feijão, arroz, maniçoba e panelada? Ou será a pequena elite formada por pioneiros comerciantes e fazendeiros?

Vejamos os números práticos: 80% da carga salarial está restrita ao mínimo, 886,00, o desemprego atinge 40 mil pessoas, sendo a grande maioria desempregada há mais de um ano, os tais “consumidores de comida japonesa” saindo da cidade sob pesados prejuízos com a estagnação econômica e os elevadíssimos custos de negócio, as taxas absurdas e a depreciação acelerada das instalações e equipamentos. Não dura um ano. 

Deveriam ter iniciado em negócio menos arriscado. Ter uma loja no Partage Parauapebas é arrematada loucura, os custos fixos derrubam qualquer possibilidade de lucro. E quem escreve é o autor do livro Shopping, na Bookess, que fez o estudos que resultaram na venda do negócio mais maluco de Parauapebas, a construção de shopping de localidade sem localidade.

Sabemos do destino do empreendimento Tomiex Sushi Express, repleto de boas intenções e seguramente impecável plano de negócios. Em breve os proprietários, seguramente enganados por uma dessas consultorias a distância, verão suas vendas iniciais declinarem, verão a curva de receita se aproximando perigosamente da curva de custeio, recorrerão a fundos para se manter e depois fecharão as portas, assumindo prejuízo. Não tem como ganhar dinheiro com comida no shopping. Não tem como ganhar dinheiro com comida japonesa em Parauapebas. No começo tudo bem, mas como consultor e modelador, não dou seis meses.

Perderão dinheiro por não terem estudado o mercado devidamente. Podem até ter feito estudos, mas foram parciais. 

É esse nosso trabalho. Não apenas apresentar estudos localizados para quem quer investir. É criar modelos, com até 98% de segurança quanto aos destinos, ao longo de x tempo.

Como vender peixe cru numa cidade que não tem rede de esgoto e nem água tratada? Sugiro que troquem o nome de Tomiex para Maniçoba. Ou Açaí. Para orgulho do povo paraense ou maranhense. Porque os mineiros mesmo, preferem pão de queijo, arroz e feijão tropeiro.