Ministro
convoca iniciativa privada para ajudar a promover crescimento do Brasil
17/12/201616h59
Exclusiva:
esse acontecimento é nefasto para Parauapebas. Há anos alertamos a cidade dos
zumbis, ninguém prestou atenção e o dia chegou. Se você tem um carro novo e um velho,
qual vai usar mais? Qual te dará menor custo e mais vantagens? Ainda não estamos
preparados para sairmos das asas da Vale e temos que buscar novas parcerias com
ela para sobrevivermos. E claro, tirar ideias do papel, buscar novas matrizes,
repaginar nossa historia...
CANAÃ DOS CARAJÁS (PA) (Reuters)
- O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, reconheceu neste sábado
as dificuldades do governo, em meio a uma crise política, e convocou a
iniciativa privada para ajudar a construir um novo momento.
O ministro fez as declarações
durante a inauguração do maior projeto de minério de ferro da história da Vale,
a mina S11D, na Serra Sul de Carajás (PA). "Esse projeto (da Vale) é uma
aposta e a reafirmação da confiança que o Brasil vai voltar a crescer,
precisamos de grandes empresas como a Vale, o Bradesco e a Mitsui para
continuar nos liderando em momentos de dificuldade e apontar o rumo",
disse Coelho Filho, citando os acionistas da Vale, presentes na cerimônia,
durante discurso na inauguração da mina. A cerimônia, que teve cerca de 400
convidados entre funcionários, autoridades e imprensa, durou menos de 50
minutos debaixo de uma chuva que impediu a chegada do presidente da República,
Michel Temer.
O presidente enviou mensagens de
lamento por não poder ter participado, por meio do ministro, um dia após
pesquisa CNI/Ibope ter apontado que apenas 13 por cento da população avalia seu
governo como ótimo ou bom.
Representando Temer, o ministro
afirmou que é obrigação de qualquer um que esteja no cargo de ministro de Minas
e Energia estar ao lado da Vale, principalmente depois de ela ter deixado de
ser estatal.
"(A
Vale) tocou a pauta da mineração do Brasil, muitas vezes sozinha, não tendo do
governo federal o apoio necessário para poder funcionar essa indústria nesse
país", disse Coelho Filho.
O ministro reconheceu que o
Brasil vive momentos difíceis, sem entrar em detalhes, mas ponderou que são
extremamente necessários para construir um novo Brasil. "Passamos por
momentos de muitas dificuldades, mas 2017 será sim melhor que o ano de 2016...
Quero aqui dar uma missão não só para a Vale, mas para muitas outras empresas
que queiram explorar as riquezas naturais do nosso país", completou.
COMPLEXO S11D
O presidente da Vale, Murilo
Ferreira, afirmou em seu discurso que o projeto foi inaugurado mesmo diante de
um cenário de incertezas no mercado de minério de ferro, que sofreu com a
volatilidade de preços nos últimos anos.
Batizado de Complexo S11D Eliezer
Batista, em homenagem ao seu ex-presidente, a nova menina dos olhos da Vale,
maior produtora de minério de ferro do mundo, vai acrescentar 75 milhões de
toneladas de minério de produção ao seu Sistema Norte, até 2020.
Com a inauguração, um marco da
história da mineração, a empresa encerra um ciclo de grandes investimentos e
também terá uma grande carta na manga para reduzir custos para fazer frente as
suas principais rivais.
"Apesar da perda
impressionante da receita no período de implantação do projeto... levamos à
frente o S11D... Em 2011, quando tomamos a decisão de levar à frente o S11D, a
tonelada de minério chegou a atingir 191 dólares. Em janeiro deste ano chegou a
37 dólares, uma perda de 80 por cento de nossa receita", disse o
presidente, que discursou durante oito minutos.
A imprensa, convidada pela
mineradora para conhecer o projeto pronto e acompanhar o evento, não teve
acesso ao presidente ou aos diretores.
Desde o rompimento da barragem de
sua joint venture com a anglo-holandesa BHP Billiton, a Samarco, há pouco mais
de um ano, o executivo tem evitado a imprensa e há três trimestres suspendeu a
conversa com jornalistas sobre os resultados financeiros da empresa.
Os principais acionistas privados
da Vale estavam no palco representados pelo presidente do Bradesco, Luiz Carlos
Trabuco, pelo CEO mundial da Mitsui, Tatsuo Yasunaga e pelo presidente da
Previ, Gueitiro Genso, apresentando um apoio importante às vésperas do fim do
mandato de Ferreira.
Também convidado do evento, o
geólogo conhecido por ter descoberto a mina S11D, o ex-funcionário da Vale
Breno Augusto dos Santos, afirmou a jornalistas antes da cerimônia acreditar
que a Serra Sul de Carajás tem potencial para produzir por mais um século.
"A Vale vai começar na Serra
Sul, no corpo D, isso significa que tem o A, o B e o C... A maior reserva de
Carajas é a Serra Sul, a Vale está começando na pontinha dela aqui. Então só na
Serra Sul a Vale tem produção para mais um século e ela está em uma posição
agora bem conservadora", afirmou Santos.
O S11D, que tem vida comercial
estimada de 30 anos, entra em operação comercial em janeiro.
Após o beneficiamento, para que a
commodity chegue aos clientes, em grande parte siderúrgicas asiáticas, o minério
de ferro do S11D é transportado por ferrovia até o Terminal Marítimo de Ponta
da Madeira (TMPM), em São Luís (MA). O complexo, segundo a Vale, contou com
investimentos totais de 14,3 bilhões de dólares, incluindo a implantação da
mina e usina de beneficiamento e à construção de um ramal ferroviário de 101
quilômetros, à expansão da Estrada de Ferro Carajás (EFC) e à ampliação do
terminal portuário.
(Por Marta Nogueira)
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